Rodovia Campinas-Mogi abre espaço para ciclistas

Considerada uma rodovia com belas paisagens e cercada de cidades turísticas, a SP-340, conhecida na região como a Campinas/Mogi (Governador Adhemar Pereira de Barros), tornou-se nos últimos anos um trajeto procurado por grupos de ciclistas amadores e profissionais que, em longas rotas, aproveitam o relevo ideal para os treinos.


Amigas aproveitam o relevo da SP-340 aos finais de semana para um treino mais intenso e seguem até Holambra
Foto: Carlos Sousa Ramos/ AAN
Aos finais de semana, grupos locais e de outras cidades percorrem trechos de até 100 quilômetros e, além disso, fomentam o turismo em cidades como Jaguariúna e Holambra.


Longas descidas, retas compridas e subidas que exigem das pernas, o acostamento fica disputado principalmente nos finais de semana. A jornada daqueles que escolhem a rodovia para a prática de esportes começa por volta das 6h30, e os ciclistas preparam seus equipamentos geralmente em estacionamentos na entrada do condomínio Alphaville. As duplas, trios e grupos com até 15 esportistas traçam seus roteiros e, em pouco mais três horas, retornam dos treinos.

Em constante treinamento na SP-340, o triatleta Frederico Giovannetti, de 48 anos, completava um “bate-volta” até Holambra, em um tempo de pouco mais de duas horas - percorridos por volta de 60 quilômetro.

“Hoje cheguei a Holambra, tomei um café, descansei um pouco e retornei. Holambra é o trajeto mais comum para quem parte do Alphaville”, contou Giovannetti. No entanto, há treinos em que ele percorre mais de 180 quilômetros, ou seja, uma ida e volta até Mogi Guaçu.

Dentre os atrativos que tornaram a rodovia muito procurada pelos ciclistas está a qualidade do asfalto ao longo de todo acostamento - inclusive considerado por alguns profissionais mais largo que o padrão. Outro ponto positivo avaliado pelos grupos é a presença constante de policiais rodoviários, principalmente no trecho que é mais frequentado.

O triatleta Frederico Giovannetti
Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN
“O que atrai os ciclistas é a variação do relevo. A rodovia tem equilíbrio entre subidas e descidas”, apontou o dentista Luis Fernando Capp, de 34 anos. “Treino há 7 anos nessa estrada e, apesar de sempre percorrer o trecho até Holambra ou Mogi faço por hobby, não participo de provas”, completou.

No sábado, Luis e um amigo continuaram o treino e não pararam em Holambra. “Apesar de ser uma rodovia boa para treinar, os motoristas precisam ter mais respeito com os ciclistas”, alertou.

A rodovia possui sete retornos do trecho entre o condomínio Alphaville e o entroncamento com Holambra, o que também atrai os iniciantes nas estradas. É comum observar pais e filhos pedalando juntos, em trechos menores, como até Jaguariúna, por exemplo.

Tentativa

Apesar da baixa frequência, assaltos e tentativas de furto ocorrem ao longo do trecho, e muitos profissionais adotam a estratégia de percorrer a rodovia em grupos maiores.

“Há dois anos eu estava andando com uma amiga e, de repente, um carro entrou no acostamento e dois homens saíram tentando nos parar. Um deles estava com um revólver. Por sorte estávamos em uma descida e a pista calma. Desviamos pelo meio da pista enquanto um deles tentou avançar para cima da minha companheira”, disse um ciclista, que prefere não se identificar. “Entramos em uma loja de móveis e eles (bandidos) não voltaram”, explicou.

Profissionais e amadores exploram pistas

Em um bom ritmo na pedalada, três ciclistas encaravam a longa subida na divisa de Campinas com Jaguariúna, próximo ao Rio Atibaia. As três amigas retornavam de Holambra na manhã do último sábado, após mais de duas horas de treinamento. Cada uma tem um tempo de SP-340. A advogada Rita Meire Gozzi, de 36 anos, é a que mais acumula experiência de treino na pista.

“Percorro o trecho há um ano e meio, e considero uma boa pista para treinos longos”. Com ela chegaram a farmacêutica Ana Rita de Mello, de 33 anos, e mais recentemente adepta do ciclismo, a analista de sistemas Amanda Mathiuz, de 34 anos.

Apesar de sábado ter sido sua estreia na SP-340, Amanda está empolgada com os treinos e confessou: “pedalar e chegar em Holambra, cidade tão bonita, é um prazer”, confessou. Tanto é que a rigidez do treino tem sua compensação, ao degustar um doce típico holandês antes do retorno para Campinas. “Eu pedalava Montain Bike, e ainda vou pegar o ritmo de uma pista veloz. Mas como em toda rodovia é preciso ter cuidado com borracha de pneus estourados”.

A advogada Rita Meire Gozzi
Foto: Carlos Sousa Ramos/ AAN
Já a Ana Rita, de Ribeirão Preto, experimentou quatro vezes a rodovia, e destaca a combinação de subidas e descidas, importante para o condicionamento das pernas. “É uma pista que também pode ser frequentada por amadores", destaca.

Segurança é vital em todas as estradas

Os ciclistas ouvidos pela reportagem ressaltam a importância de se preparar para treinos em rodovias. É preciso entender as regras de trânsito e de segurança antes de atingir altas velocidades. Primeiramente, é obrigatório trafegar no sentido do trânsito e, quando acompanhado de mais ciclistas, seguir em fila indiana.

De acordo com estudos, o revezamento em fila ajuda na economia de energia física em até 30% nos ciclistas que estão na traseira. Outra observação dos profissionais é quanto as rajadas de vento, causadas geralmente por caminhões em alta velocidade. É preciso desacelerar para evitar uma queda, inclusive, para dentro da pista.

Apesar de a SP-340 ter como praticantes ciclistas mais experientes, ainda é possível observar aqueles que não se equipam com o mínimo de proteção, que é o uso de capacete. Outro detalhe observado é o uso de mochilas nas costas. Apesar de muitos ciclistas utilizarem o acessório para levar água e outros pertences, a recomendação é para evitá-lo, pois pode prejudicar a coluna.

Fonte / Matéria: RAC
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